Com o passar dos anos, nossos cães passam por transformações semelhantes às que os humanos enfrentam. O envelhecimento é uma fase natural da vida, e com os cuidados certos, é possível proporcionar uma excelente qualidade de vida aos cães idosos.
Entender quando o cachorro é considerado idoso e reconhecer os sinais de envelhecimento são os primeiros passos para garantir que ele tenha uma velhice tranquila e saudável.
Assim, vamos entender como cuidar de um cão idoso, entendendo os “sintomas” dessa fase e o que fazer para dar uma qualidade de vida para nosso velho melhor amigo. Boa leitura!
Qual idade o cachorro é considerado idoso?
O momento em que um cachorro é considerado idoso varia de acordo com a raça e o porte do animal.
Geralmente, cães de raças pequenas (até 10 kg) são considerados idosos a partir dos 10 anos, enquanto cães de porte médio (10 a 25 kg) atingem essa fase por volta dos 8 ou 9 anos. Cães de raças grandes e gigantes (acima de 25 kg) costumam ser classificados como idosos ainda mais cedo, entre 6 e 7 anos.
Essas diferenças ocorrem porque cães de grande porte, em média, têm uma expectativa de vida menor do que os de pequeno porte. Portanto, é essencial conhecer as características da raça do seu cão e fazer acompanhamento veterinário regular para monitorar sua saúde ao longo das diferentes fases da vida.
Sinais que indicam que o cachorro está envelhecendo
Reconhecer os sinais de envelhecimento em um cão é fundamental para agir rapidamente e garantir os cuidados adequados. Abaixo estão os sinais mais comuns que indicam que um cachorro está se tornando idoso:
- Diminuição de energia: um cão idoso tende a ser menos ativo e pode preferir descansar mais do que brincar ou passear;
- Dificuldade de locomoção: com o tempo, as articulações ficam mais frágeis, e muitos cães desenvolvem condições como artrite. Isso pode causar dificuldades para subir escadas, correr ou até mesmo levantar-se após um longo período de descanso;
- Alterações na visão e audição: é comum que cães idosos desenvolvam catarata ou percam parte da audição, tornando-se menos responsivos a estímulos visuais e sonoros;
- Alterações no apetite e no peso: alguns cães podem perder peso devido a problemas dentários ou digestivos, enquanto outros podem ganhar peso devido à diminuição da atividade física;
- Aparência de pelos grisalhos: assim como nos humanos, os pelos de um cachorro idoso podem ficar mais grisalhos, especialmente ao redor do focinho e das orelhas;
- Mudanças comportamentais: a confusão mental, conhecida como disfunção cognitiva canina, é semelhante ao Alzheimer em humanos. Cães podem parecer desorientados, esquecer comandos ou ter mudanças no padrão de sono;
- Incontinência urinária: alguns cães podem ter dificuldade em controlar a bexiga ou os intestinos, resultando em acidentes dentro de casa.
Esses sinais não surgem todos de uma vez e podem variar de cão para cão. O importante é ficar atento a qualquer mudança no comportamento ou na saúde do animal e buscar orientação veterinária quando necessário.
Cuidados essenciais com um cão idoso
Os cuidados com um cachorro idoso vão além do básico e exigem adaptações para atender às novas necessidades do seu pet. A seguir, veja algumas dicas para garantir que o seu cão tenha uma velhice saudável e confortável:
1. Alimentação adequada
Cães idosos têm necessidades nutricionais específicas. Uma dieta rica em antioxidantes, ômega 3 e com níveis controlados de proteína é essencial para manter a saúde de órgãos vitais, como rins e fígado, além de ajudar no combate à inflamação das articulações. Existem rações específicas para cães sênior, que contêm os nutrientes adequados para essa fase da vida.
É importante monitorar o peso do animal e ajustar a quantidade de ração para evitar tanto a obesidade quanto a desnutrição. Caso seu cão tenha dificuldades para mastigar, considere a possibilidade de alimentos úmidos ou amolecidos.
2. Exercícios regulares e moderados
Embora cães idosos sejam menos ativos, eles ainda precisam de exercícios para manter a saúde cardiovascular e muscular. Caminhadas curtas e controladas são uma ótima maneira de manter o seu cão em movimento.
Evite atividades que exijam grande esforço das articulações, como saltar ou correr intensamente. Jogos mentais e brinquedos interativos também são uma excelente forma de estimular o cérebro do cão e evitar o tédio.
3. Cuidados veterinários frequentes
Visitas regulares ao veterinário são cruciais para detectar precocemente qualquer problema de saúde. A partir dos 7 anos, é recomendado que o cão passe por check-ups semestrais.
Exames de sangue, radiografias e ultrassons podem ajudar a monitorar a função dos órgãos, identificar problemas nas articulações e diagnosticar doenças silenciosas, como diabetes ou insuficiência renal.
Além disso, a vacinação e a prevenção contra parasitas devem continuar como parte da rotina, já que cães idosos podem ter o sistema imunológico mais frágil.
4. Conforto e adaptação do ambiente
Assim como as pessoas, os cães idosos podem ter dificuldades para se movimentar ou encontrar posições confortáveis para descansar.
Por isso, é importante oferecer uma cama ortopédica que suporte bem as articulações e mantenha o corpo do cão aquecido, principalmente em dias frios. Também é recomendável adaptar o ambiente, como evitar escadas ou proporcionar rampas, para que ele possa se locomover com segurança.
5. Higiene oral
Problemas dentários são comuns em cães idosos, e a higiene bucal deve ser uma prioridade. A falta de cuidado com os dentes pode levar à dor, infecções e até problemas mais graves, como doenças cardíacas e renais.
Escovar os dentes regularmente ou oferecer petiscos e brinquedos que ajudem na limpeza são boas formas de prevenir o acúmulo de tártaro.
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6. Controle da dor
É comum que cães idosos desenvolvam condições como osteoartrite, que podem causar dor crônica. Prestar atenção ao comportamento do cão – como lamber ou morder articulações, ou hesitar em realizar atividades simples – pode indicar que ele está sofrendo de dor.
Consulte o veterinário sobre analgésicos apropriados, suplementos articulares ou terapias alternativas, como acupuntura ou fisioterapia.
7. Atenção ao emocional
O envelhecimento pode ser uma fase difícil para os cães, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Mudanças no ambiente, como a perda de um companheiro canino ou mudanças na rotina, podem causar estresse ou depressão.
Dê ao seu cão idoso muito carinho e atenção, mantendo uma rotina estável que inclua momentos de interação, como passeios ou sessões de afago, para que ele se sinta seguro e amado.
Cuidado com seu amigo velhinho
Cuidar de um cão idoso exige paciência, dedicação e adaptações para garantir seu bem-estar. Ao reconhecer os sinais de envelhecimento e adotar as práticas recomendadas, você estará proporcionando uma vida longa e feliz ao seu companheiro de quatro patas.
Continue acompanhando seu cão de perto e, ao perceber qualquer alteração em sua saúde ou comportamento, consulte o veterinário para garantir os cuidados adequados.