Como acalmar cachorro com medo de fogos: estratégias para lidar com a situação

Um cachorro preto e marrom está escondido debaixo de uma cama, com os dentes à mostra e os olhos arregalados de medo, enquanto fogos de artifício explodem no fundo. A cena representa como acalmar o cachorro com medo de fogos.

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Em épocas festivas como Ano Novo e eventos esportivos, os fogos de artifício se tornam frequentes — e para muitos cães, esse é um verdadeiro pesadelo. O barulho alto e repentino ativa o instinto de sobrevivência dos animais, provocando pânico e comportamentos difíceis de controlar.

Estudos como o publicado na revista científica Applied Animal Behaviour Science apontam que até 50% dos cães têm algum grau de fobia de sons altos, sendo os fogos um dos maiores gatilhos. Isso pode comprometer a saúde física e emocional do pet, além de colocar sua segurança em risco.

Neste artigo, você vai entender por que os cães têm tanto medo de fogos, como identificar os sinais de fobia sonora, o que fazer para acalmá-los durante episódios de barulho intenso e em que momento considerar o uso de produtos ou medicamentos sob orientação profissional.

Por que o cachorro tem medo de fogos de artifício

O medo de fogos de artifício está diretamente ligado ao sistema sensorial aguçado dos cães. Sua audição é muito mais sensível que a dos humanos, podendo captar sons em frequências superiores a 45.000 Hz, enquanto nós escutamos até cerca de 20.000 Hz. Isso significa que eles percebem os fogos com muito mais intensidade e desconforto.

Além disso, o barulho dos fogos é imprevisível e repentino, o que dificulta a adaptação. Os cães não compreendem o contexto dos fogos como uma comemoração e, portanto, interpretam o som como uma ameaça iminente, acionando uma reação instintiva de “lutar ou fugir”.

Fatores como genética, experiências passadas traumáticas, socialização deficiente e até o temperamento do animal contribuem para a intensidade da reação. Cães ansiosos, de porte pequeno ou que vivem em ambientes urbanos tendem a apresentar maior sensibilidade ao ruído.

Compreender essa origem instintiva do medo ajuda a ter mais empatia e paciência na hora de lidar com a situação.

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Sinais de que o cachorro está com medo de fogos de artifício

Identificar que o cão está em sofrimento é essencial para agir com rapidez e minimizar o impacto emocional. Os sinais de medo podem variar em intensidade e tipo, mas alguns comportamentos são comuns.

Principais sinais físicos e comportamentais incluem:

  • Tremores e salivação excessiva;
  • Ofegância e taquicardia;
  • Tentativa de se esconder ou fugir;
  • Latidos, choros ou uivos constantes;
  • Urinar ou defecar fora do lugar habitual;
  • Comportamento destrutivo (roer móveis, arranhar portas);
  • Recusar-se a comer ou beber água.

Alguns cães ficam paralisados de medo, enquanto outros entram em pânico e tentam escapar, podendo se ferir ou se perder. Se o seu pet apresentar algum desses sinais, é hora de implementar medidas que tragam segurança e conforto emocional.

A seguir, apresentamos técnicas práticas e eficazes para acalmar o cachorro durante episódios de fogos.

Como acalmar cachorro com medo de fogos

A melhor abordagem é criar um ambiente seguro e acolhedor, antecipando os episódios de barulho. Com planejamento e técnicas comportamentais, é possível reduzir significativamente o estresse do animal.

1. Crie um refúgio seguro

Prepare um local onde o cachorro possa se sentir protegido: pode ser um quarto, banheiro ou caixa de transporte com cobertores. Abafe os ruídos com cortinas, tapetes e música ambiente suave ou ruído branco.

2. Utilize técnicas de dessensibilização sonora

Treinar o cachorro progressivamente com sons de fogos em volumes baixos pode ajudar a reduzir a sensibilidade. Aumente o volume gradativamente em sessões curtas e recompense o cão com petiscos e carinho quando ele se mantiver calmo.

3. Mantenha a rotina e seu comportamento tranquilo

Durante os fogos, aja com naturalidade. Demonstrar preocupação ou tentar “exagerar” no carinho pode reforçar o medo. Atue como uma referência calma e estável.

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4. Use acessórios calmantes

Coletes de compressão, como o Thundershirt, criam uma leve pressão contínua no corpo do animal, o que pode gerar uma sensação de segurança, semelhante a um abraço.

5. Aromaterapia e feromônios sintéticos

Difusores com feromônio sintético (como o Adaptil) ou essências de lavanda podem ajudar a acalmar alguns cães. É importante testar com antecedência, pois nem todos os animais reagem da mesma forma.

Essas estratégias funcionam melhor quando aplicadas antes do evento estressante. Para casos mais graves, pode ser necessário um apoio profissional, como explicaremos a seguir.

Quando considerar produtos ou medicação para cachorro com medo de fogos de artifício

Quando o medo é intenso e compromete a saúde do animal, o uso de medicamentos ou produtos calmantes pode ser indicado — mas sempre com orientação veterinária. Jamais medique o animal por conta própria.

Situações em que o uso de fármacos pode ser considerado:

  • O cachorro entra em pânico e tenta fugir, colocando-se em risco;
  • Apresenta sintomas físicos severos, como vômitos ou convulsões;
  • Já sofreu traumas associados aos fogos;
  • Nenhuma técnica comportamental foi eficaz.

Tipos de produtos disponíveis incluem:

  • Calmantes naturais com triptofano, camomila ou valeriana;
  • Suplementos nutracêuticos para redução de ansiedade;
  • Medicamentos ansiolíticos de ação rápida ou prolongada, prescritos por veterinário.

Em casos mais complexos, o ideal é trabalhar em conjunto com um médico veterinário comportamentalista, que pode elaborar um plano individualizado de tratamento, incluindo adestramento, modificação comportamental e, se necessário, terapia medicamentosa.

Ao considerar a medicação, o objetivo não é sedar o cão, mas ajudá-lo a enfrentar o medo com mais equilíbrio, enquanto se trabalha em paralelo com estratégias de longo prazo.

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