Calicivirose felina: entenda os sintomas, consequências e tratamento

A saúde dos gatos é uma preocupação constante para os tutores, especialmente quando se trata de doenças virais. 

Uma das mais comuns e preocupantes é a calicivirose felina, uma infecção viral altamente contagiosa que afeta o trato respiratório e pode ter consequências graves para nossos tão queridos felinos. 

Portanto, vamos explorar o que é a calicivirose, identificar seus principais sintomas, discutir as consequências da doença e como tratá-la efetivamente.

O que é calicivirose felina?

A calicivirose felina é causada pelo Calicivírus Felino (FCV), um vírus que se dissemina rapidamente entre gatos, especialmente em ambientes com alta densidade populacional, como abrigos e gatis. O FCV é resistente ao ambiente, podendo sobreviver por semanas em superfícies, o que facilita sua propagação.

Essa doença é parte do complexo respiratório felino, um grupo de doenças que afetam o sistema respiratório dos gatos. A infecção por FCV pode variar de leve a severa, dependendo da cepa do vírus e da saúde geral do bichano. 

Gatos não vacinados ou com o sistema imunológico comprometido são os mais vulneráveis.

Principais sintomas da calicivirose felina

Os sintomas da calicivirose felina podem variar, mas geralmente afetam o trato respiratório superior, a boca e os olhos. Os principais sinais clínicos incluem:

  • Espirros e secreção nasal: um dos primeiros sinais, semelhante ao resfriado humano. O gato pode apresentar secreção clara ou amarelada saindo das narinas;
  • Úlceras na boca: essas lesões dolorosas são um dos sintomas mais característicos da calicivirose. Podem surgir na língua, gengivas, palato e até na pele ao redor da boca;
  • Conjuntivite: inflamação da conjuntiva, que resulta em olhos vermelhos e lacrimejantes. Pode ser acompanhada de secreção ocular;
  • Febre: a elevação da temperatura corporal é comum e pode causar letargia e perda de apetite;
  • Dificuldade para respirar: o gato pode apresentar respiração ofegante ou tosse, principalmente se a infecção atingir os pulmões;
  • Claudicação (manqueira): em alguns casos, o vírus pode causar inflamação nas articulações, resultando em dor e dificuldade para se locomover.

É importante notar que nem todos os gatos apresentam todos esses sintomas, e a gravidade pode variar. Gatos que desenvolvem infecções secundárias ou que estão debilitados tendem a sofrer mais.

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5 consequências da calicivirose felina

A calicivirose pode ter consequências graves se não tratada adequadamente. A seguir, listamos as 5 principais complicações:

  1. Infecções bacterianas secundárias: como o vírus enfraquece o sistema imunológico e danifica as mucosas, é comum que bactérias oportunistas causem infecções adicionais, que podem agravar a condição do gato;
  2. Pneumonia: se o vírus se espalha para os pulmões, pode causar pneumonia, uma condição grave que requer tratamento imediato;
  3. Problemas dentários: úlceras e inflamação crônica na boca podem levar à perda de dentes e gengivite;
  4. Calicivirose felina sistêmica virulenta: uma forma rara, mas extremamente grave, da doença, que causa inflamação generalizada, febre alta e falência de múltiplos órgãos. Essa forma é frequentemente fatal, mesmo com tratamento intensivo;
  5. Portadores crônicos: alguns gatos que sobrevivem à infecção podem se tornar portadores crônicos, ou seja, continuam a excretar o vírus por longos períodos, mesmo sem apresentar sintomas. Isso representa um risco contínuo de infecção para outros gatos.

Como curar a calicivirose felina

O tratamento da calicivirose felina é, em grande parte, de suporte, uma vez que não há cura específica para o vírus. O objetivo é aliviar os sintomas, prevenir complicações e ajudar o sistema imunológico do gato a combater a infecção. As principais abordagens incluem:

  • Medicação antiviral: Embora não haja um antiviral específico para o FCV, em alguns casos, medicamentos antivirais como a ribavirina podem ser utilizados para reduzir a replicação viral.
  • Antibióticos: São frequentemente prescritos para tratar ou prevenir infecções bacterianas secundárias. Eles não agem diretamente contra o vírus, mas são essenciais para evitar complicações.
  • Cuidados de suporte: Manter o gato hidratado é fundamental. Isso pode incluir fluidoterapia intravenosa ou subcutânea em casos mais graves. Incentivar a alimentação é crucial, e alimentos pastosos ou líquidos podem ser mais fáceis de ingerir.
  • Controle da dor: Medicamentos analgésicos podem ser necessários, especialmente se o gato estiver com úlceras orais ou dores articulares.
  • Nebulização e limpeza das secreções: Nebulizações com soro fisiológico ajudam a manter as vias respiratórias limpas e facilitam a respiração. Limpar regularmente as secreções nasais e oculares com gaze e soro também é importante para o conforto do animal.
  • Isolamento: Se o gato infectado vive com outros gatos, é essencial isolá-lo para evitar a propagação do vírus. Lembre-se de desinfetar o ambiente com frequência, utilizando produtos adequados, já que o FCV é resistente.

A prevenção é o melhor remédio da Calicivirose felina

Apesar de todos os cuidados que podem ser tomados, a prevenção é a melhor forma de proteger seu gato da calicivirose. A vacinação é a medida preventiva mais eficaz. A vacina contra o FCV faz parte do esquema de vacinação básica para gatos e deve ser administrada anualmente, seguindo a orientação do veterinário.

Além disso, manter seu gato em um ambiente limpo, evitando o contato com animais desconhecidos e monitorando regularmente sua saúde, pode reduzir o risco de infecção.

Como você pode ver, a calicivirose felina é uma doença séria que pode ter consequências devastadoras se não tratada adequadamente. Compreender os sintomas e buscar tratamento imediato são passos cruciais para garantir a recuperação e a saúde do seu gato. Se você tiver mais dúvidas sobre como manter seu gato saudável, fale com nossos especialistas em medicina preventiva e mantenha seu amigo felino com a saúde em dia!

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