Esporotricose em gatos: saiba o que é e como tratar

A esporotricose em gatos é uma infecção fúngica que pode afetar a pele e outros órgãos dos felinos. Transmitida pelo fungo Sporothrix, requer tratamento veterinário adequado para cura e prevenção da disseminação para outros animais e para os humanos.

A esporotricose em gatos é uma infecção fúngica que não apenas representa um desafio para a saúde felina, mas também levanta preocupações significativas de saúde pública devido à sua capacidade de transmissão para humanos. 

Essa doença, causada pelo fungo Sporothrix, pode ser transmitida aos humanos através do contato com animais infectados, apresentando assim uma preocupação adicional além do bem-estar animal. 

Saiba mais sobre essa doença e os riscos associados à sua transmissão para seres humanos.

O que é e como o gato transmite esporotricose em humanos?

Um gato deitado no chão
Foto de Pexels de Kelly

A esporotricose é uma das principais doenças fúngicas em gatos. É causada por fungos da família Sporothrix, comuns em materiais orgânicos como espinhos, gravetos e plantas. Esses fungos podem causar lesões na pele quando há contato direto com esses materiais. 

Cães e gatos são afetados por essa doença. No entanto, apenas os gatos podem transmitir a esporotricose para os humanos, seja por meio de ferimentos, arranhões, mordidas ou até mesmo gotículas de espirro.

Isso faz com que ela seja considerada uma zoonose, ou seja, uma doença transmitida de animais para humanos. Esses momentos de contato direto com os fungos causadores da doença podem levar à infecção em humanos, resultando em lesões na pele e, em casos mais graves, disseminação da infecção pelo corpo. 

Por isso, é importante tomar cuidado ao lidar com gatos infectados, buscando tratamento veterinário adequado para prevenir a transmissão da doença para os humanos. É preciso também utilizar luvas ao tocar no bichinho e buscar assistência médica caso o tutor também apresente sintomas.

Quais são os tipos de esporotricose em gatos?

Essa doença pode se manifestar de três formas, cada uma com suas características e graus de severidade:

  • Esporotricose cutânea localizada: é a forma mais comum e menos grave da doença. Caracteriza-se por nódulos vermelhos e doloridos na pele, que podem evoluir para úlceras e crostas.
  • Esporotricose linfocutânea: é uma forma mais avançada da doença que se caracteriza pela disseminação do fungo para o sistema linfático do animal.
  • Esporotricose cutânea disseminada: é a forma mais grave e ocorre quando o fungo se espalha para outros órgãos do corpo, causando ferimentos graves. 

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Quais os sintomas de esporotricose em felinos?

Um gato se coçando sentado no chão
Foto de Unsplash de noelle

Ferimentos profundos na pele do animal são os indícios mais frequentes, geralmente com pus ou sangue, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente. O pet também pode sofrer crises de espirro. 

Além das feridas cutâneas, pode, aparecer outros sintomas, como perda de apetite, emagrecimento e secreção nasal.

É importante destacar que os gatos, ao lamberem as lesões, podem espalhar a doença para áreas do corpo, como a face e as orelhas. Mesmo que essas áreas não apresentem lesões visíveis, elas também podem se tornar fontes de contágio. 

Nesse sentido, é necessário estar atento não apenas às feridas visíveis, mas também a outras regiões do corpo do animal para prevenir.

Causas e formas de transmissão 

Os gatos são propensos a contrair esporotricose devido à sua tendência natural de explorar o ambiente externo. Durante suas aventuras ao ar livre, eles entram em contato com materiais orgânicos contaminados, como espinhos, gravetos, plantas e terra, onde os fungos causadores da doença podem estar presentes. 

Quando sobem em árvores, fogem ou passam longos períodos fora de casa, essa exposição aumenta ainda mais, aumentando o risco de infecção pelo fungo. Esses comportamentos naturais dos gatos os tornam mais vulneráveis do que outros animais. 

Como saber se o gato está com esporotricose?

O diagnóstico é realizado por meio do histórico apresentado pelo proprietário do animal e do exame físico e dermatológico realizado pelo dermatologista veterinário. Além disso, são realizados exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico. 

Esses exames podem incluir cultura de fungos, citologia, exame histopatológico e visualização direta dos organismos em lesões ou exsudados. Essa abordagem completa e detalhada é essencial para garantir a precisão do diagnóstico e para orientar o tratamento para esporotricose em felinos.

Em casos mais complexos ou para avaliar a extensão da infecção, pode ser necessária a realização de biópsia das lesões cutâneas. A amostra de tecido é examinada microscopicamente para identificar a presença do fungo e confirmar o diagnóstico.

É importante que o diagnóstico seja realizado por um médico veterinário experiente, porque a esporotricose pode ser confundida com outras condições dermatológicas, como a sarna em gatos.  

O registro de casos é obrigatório em alguns estados. Por exemplo, na Paraíba, a notificação compulsória desses casos está em vigor desde 2018. Isso significa que profissionais de saúde e autoridades sanitárias devem relatar todos os casos diagnosticados da doença.

Sinais de alerta para os humanos

Se você apresentar qualquer lesão na pele, é importante procurar a unidade de saúde mais próxima para ser avaliado por um profissional de saúde. É essencial realizar essa medida para garantir um diagnóstico precoce e iniciar o tratamento adequado.

Como é feito o tratamento? 

O tratamento é variável, porque depende do tipo da doença, da gravidade dos sintomas e da condição geral do gato. No entanto, é fundamental destacar que não se deve automedicar o animal. 

O médico veterinário saberá qual a melhor abordagem terapêutica para o paciente, que pode incluir o uso de antifúngicos e outros medicamentos, administrados por via oral, cápsulas ou pó.

Como prevenir a esporotricose em gatos?

Manter os gatos em casa é uma importante medida de prevenção de doenças, como a esporotricose, tanto para humanos quanto para outros animais. Já para as pessoas, é preciso evitar acariciar ou beijar gatos de rua, visando a segurança.

Caso um animal de estimação apresente a doença, é preciso isolá-lo e procurar tratamento veterinário adequado. Em caso de óbito, é importante realizar a incineração do corpo, evitando o descarte no lixo ou em terrenos baldios.

Mesmo que um tutor possa considerar uma simples ferida de briga quando um gato tem acesso à rua, é importante estar alerta.

Quando um animal está doente, com suspeita de esporotricose ou apresenta feridas características, ele precisa ser isolado das pessoas e de outros animais. O uso de luvas é recomendado ao manusear o pet. 

Além disso, seus pertences precisam ser higienizados diariamente, preferencialmente com hipoclorito de sódio, como medida preventiva para interromper o ciclo. Os locais frequentados pelo animal também precisam ser descontaminados.

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A esporotricose tem cura? 

Sim, a esporotricose em gatos tem cura. Com o tratamento adequado e seguindo as orientações do veterinário dermatologista, a doença pode ser curada, assim como nos humanos.

Se você suspeita que o seu gato possa estar sofrendo de esporotricose ou qualquer outra condição de saúde, é preciso buscar ajuda veterinária. A Vetzco conecta os tutores a veterinários especializados próximos à sua localização. 

Isso permite encontrar um profissional capacitado para avaliação, realizar os testes necessários e iniciar o tratamento adequado.

A rápida intervenção veterinária não apenas melhora as chances de recuperação do animal, mas também ajuda a prevenir a disseminação da doença para outros animais e para os humanos que convivem com o pet. 

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