Se você tem um felino em casa, deve entender que o envelhecimento aumenta as chances de ter um gato com problema renal — além de outros fatores de risco.
Os rins são órgãos essenciais para a saúde dos animais, porque desempenham uma série de funções, incluindo a limpeza do sangue, a regulação dos fluidos corporais e a produção de hormônios necessários para o equilíbrio do organismo.
Quando esse órgão para de funcionar corretamente, seja parcialmente (insuficiência renal), ou completamente (falência renal), o gato enfrenta desafios para manter sua saúde e bem-estar.
A doença renal em gatos é uma condição complexa e grave, que pode ter diversas causas e manifestações, afetando significativamente a qualidade de vida.
Neste conteúdo, iremos entender o que é e o que causa a doença renal nos felinos, desde seus diferentes tipos até os sinais e sintomas que podem indicar que algo está errado. Confira!
O que é a doença renal em gatos e como ela se desenvolve?
As doenças renais em gatos são uma variedade de condições que afetam os rins desses animais. Elas podem incluir doença renal crônica (DRC), nefrite, doença policística renal, amiloidose, entre outras.
Essas condições comprometem a função dos rins, prejudicando sua capacidade de filtrar o sangue e remover toxinas do corpo. Essas doenças podem afetar diferentes partes dos rins, como os glomérulos, os túbulos, o tecido intersticial e os vasos sanguíneos.
De maneira geral, as causas das doenças renais em gatos são diversas, e incluem hereditariedade, infecções, toxinas, problemas do sistema imunológico e lesões.
Segundo estudo publicado pelo Centro Médico de Minnesota, divulgado no site do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), 30% dos gatos com mais de 15 anos possuem doença renal crônica. Essa estatística liga o sinal de alerta dos tutores quanto ao cuidado de animais idosos.
No entanto, os felinos podem desenvolver doenças renais em qualquer idade devido a outros fatores de riscos e, também, devido ao manejo inadequado, como dieta com excesso de proteína.
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Quais são os sintomas de problemas renais em gatos?
Os sintomas da doença renal em gatos podem variar, desde sinais graves e óbvios, até sintomas sutis e progressivos ao longo do tempo. Isso porque essa condição é silenciosa, com sintomas manifestando-se apenas quando a função renal está comprometida. Eles podem ser confundidos com outras doenças.
A lista de sintomas é extensa e inclui:
- Aumento excessivo na ingestão de água;
- Mudanças no padrão urinário;
- Perda de peso inexplicável;
- Aumento da produção de urina;
- Diarreia;
- Vômito;
- Falta de apetite;
- Dor abdominal;
- Desidratação;
- Dificuldade para urinar;
- Alteração da pressão arterial.
Por ser uma doença complexa, a melhor maneira de proporcionar saúde e qualidade de vida para o gato é por meio do diagnóstico precoce. Esse processo acontece com a avaliação clínica de um veterinário especializado, além de exames de sangue, urina, ultrassom abdominal e exame radiológico.
5 fatores que causam problema renal em gatos
As causas do problema renal em gatos podem ser diversas e incluem condições como infecções urinárias, envenenamento por toxinas e envelhecimento.
Embora nem todos os animais com esses fatores desenvolvam doença nos rins, é importante estar atento e monitorar de perto, especialmente se houver sinais de alerta.
1. Alimentação inadequada
Assim como a alimentação influencia na saúde humana, tudo que o gato come também impacta na saúde dele, inclusive nos rins. Por exemplo, a quantidade de proteínas na dieta deve ser adequada, porque o excesso pode sobrecarregar a função renal. Isso é especialmente importante em casos de alimentação natural.
Além disso, gatos que consomem rações de baixa qualidade nutricional também podem desenvolver doenças renais devido à falta de nutrientes essenciais e à presença em abundante de ingredientes prejudiciais, como proteína, fósforo e sódio.
2. Intoxicação
As intoxicações representam uma das principais causas de doença renal, podendo ser resultado de várias fontes, como medicamentos, toxinas, venenos, plantas e outros agentes.
Por isso, é importante proteger os felinos de substâncias tóxicas e procurar atendimento veterinário imediato em caso de suspeita de intoxicação para evitar danos aos rins e outras complicações.
3. Doenças em outras regiões
Além das doenças renais específicas, existem várias outras condições subjacentes que podem afetar os rins, como:
- Hipercalcemia;
- Doença periodontal;
- Diabete;
- Cistite;
- Doenças cardíacas;
- Urolitíase;
- Hipertireoidismo.
4. Raças predispostas a terem doença renal
Algumas raças de gatos são mais propensas a desenvolver doenças renais devido a uma combinação de fatores genéticos, hereditários e de seleção artificial. Além disso, características físicas distintas podem predispor a certas condições.
Com isso, as raças com maiores chances de desenvolver doenças renais, são:
- Persa;
- Abissínio;
- Siamês;
- Ragdoll;
- Birmanês;
- Maine coo;
- Gatos sem raça definida precisam de avaliação, porque podem também ter predisposição.
5. Hidratação inadequada
A falta de hidratação também é um fator de risco. A água desempenha um papel fundamental na saúde dos rins, ao ajudar a eliminar toxinas do corpo e manter a função renal em dia.
Por isso, a ingestão insuficiente de água pode levar à desidratação e contribuir para o desenvolvimento de problemas renais. Portanto, é importante garantir que os gatos tenham acesso constante a água fresca e limpa.
Quais as opções de tratamento disponíveis?
Embora a forma crônica da doença não possa ser curada, é possível controlá-la, proporcionando ao paciente bem-estar, com tratamento adequado, monitoramento regular e cuidados específicos.
O tratamento para problemas renais em felinos requer uma abordagem individualizada e personalizada, adaptada às necessidades específicas de cada paciente. Isso significa que o plano de tratamento é elaborado considerando o estágio da doença, a gravidade dos sintomas, a idade, condições médicas e outros fatores.
Geralmente, o processo visa retardar a progressão da doença, aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Esse processo pode envolver uma combinação de terapias, como dieta especializada, medicamentos, suplementos para suportar a função renal e terapia de fluidos subcutâneos para hidratação.
Além disso, é preciso acompanhamento regular com um veterinário para monitoramento ao longo do tempo, bem como fazer ajustes da dieta e na ingestão hídrica.
Quando o paciente não responde ao tratamento convencional, a hemodiálise pode ser uma opção para filtrar o sangue e remover toxinas e resíduos acumulados devido à perda do rim em realizar essas funções.
Quais as consequências de problemas renais?
As consequências sofridas pelo gato com problema renal podem variar conforme o tipo da doença, classificadas entre aguda e crônica. Compreender a diferença entre essas duas formas é importante para garantir o melhor cuidado.
O tipo aguda é a perda súbita e rápida da função renal, geralmente em horas ou dias. Já a crônica se caracteriza pela perda gradual e progressiva ao longo de meses ou anos, sendo a mais comum entre os gatinhos. É preciso ter a função alterada por 3 meses para ser considerada crônica. Em casos graves, essa doença pode levar à morte do gato.
Prevenção e cuidados
Com os devidos cuidados, os gatos podem viver vidas longas e felizes. Além disso, o tutor diminui as chances do pet desenvolver algum tipo de doença que afeta os rins.
- Alimentação balanceada: a dieta deve ser prescrita por um médico veterinário ou zootecnista, sendo equilibrada e adaptada ao quadro de saúde e à idade do animal. Alimentos específicos para pacientes renais devem ser oferecidos somente sob orientação profissional. Os felinos saudáveis também precisam dessa orientação para evitar desenvolver a doença no futuro. De maneira geral, é importante oferecer rações premium, evitando rações vendidas fora da embalagem (a granel).
- Alimentos úmidos: a alimentação úmida é recomendada, e pode ser introduzida desde o desmame. Opções como ração úmida e sachês são indicados. Além disso, oferecer alimentos congelados em forma de “sorvetes” pode incentivar uma maior ingestão de líquidos.
- Consultas e exames preventivos: manter uma rotina de consultas veterinárias e exames regulares (a cada 1 ano) é essencial para monitorar a saúde renal do gato e identificar precocemente qualquer problema que possa surgir. Se o gato tiver fator de risco ou for paciente crônico, esse acompanhamento deve ser mais rigoroso.
- Estimular a ingestão de água: disponibilizar vários pontos de água limpa e fresca, preferencialmente com movimento, como fontes, é importante para a saúde renal.
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