A dermatofitose, popularmente conhecida como “micose”, é uma das doenças de pele mais comuns em gatos. Causada por fungos dermatófitos, especialmente do gênero Microsporum e Trichophyton, essa condição é altamente contagiosa e pode afetar não apenas os felinos, mas também outros animais e até seres humanos.
Por isso, reconhecer e tratar a dermatofitose precocemente é essencial para preservar a saúde do animal e a segurança de todos ao redor.
Apesar de parecer uma simples lesão cutânea, a dermatofitose pode evoluir rapidamente se não for tratada de forma adequada. Além de causar desconforto e coceira no gato, ela pode gerar complicações mais sérias, principalmente em animais imunossuprimidos, filhotes ou idosos.
Dito isso, vamos explicar de forma clara o que é a dermatofitose felina, seus principais sintomas, os riscos que representa para o animal e para os tutores, além das formas mais eficazes de tratamento e prevenção.
Ao final, você estará preparado para identificar precocemente o problema e tomar as melhores decisões para proteger seu gato. Boa leitura!
O que é dermatofitose em gatos?
A dermatofitose é uma infecção fúngica superficial que afeta principalmente a pele, os pelos e as unhas dos gatos. É causada por dermatófitos, fungos que se alimentam da queratina, uma proteína presente nas estruturas citadas. Em gatos, o principal agente causador é o Microsporum canis, responsável por mais de 90% dos casos.
Essa doença é zoonótica, ou seja, pode ser transmitida para seres humanos e outros animais. A transmissão ocorre por contato direto com um animal infectado ou indiretamente, por meio de objetos, roupas, móveis ou ambientes contaminados. Os esporos fúngicos são extremamente resistentes e podem sobreviver por até 18 meses no ambiente.
Filhotes, gatos de pelo longo, gatos de rua ou abrigados em locais com muitos animais estão mais suscetíveis. Fatores como estresse, má nutrição e baixa imunidade também favorecem a infecção.

Sinais da dermatofitose em gatos
Os sinais clínicos da dermatofitose podem variar conforme o estágio da infecção e a resposta imunológica do gato. No entanto, alguns sintomas são mais comuns e devem servir de alerta para os tutores.
Principais sintomas observáveis:
- Lesões circulares sem pelos: áreas arredondadas com perda de pelos são um dos sinais mais característicos. Costumam aparecer na cabeça, orelhas, membros e cauda;
- Descamação e crostas: a pele nas regiões afetadas pode apresentar descamação, crostas e até vermelhidão;
- Coceira moderada a intensa: nem todos os gatos sentem coceira, mas quando presente, o animal pode se lamber ou se coçar com frequência;
- Unhas frágeis ou deformadas: nos casos mais avançados, os fungos podem atingir as unhas, causando inflamação (onicomicose);
- Pelo quebradiço ou opaco: a textura e o brilho do pelo podem ser prejudicados, tornando-se mais ásperos e sem vida;
É importante lembrar que alguns gatos podem ser portadores assintomáticos, ou seja, não apresentam sintomas visíveis, mas ainda assim transmitem o fungo.
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Perigos da dermatofitose em gatos
Embora possa parecer uma doença simples, a dermatofitose pode trazer consequências sérias, especialmente se não for diagnosticada e tratada adequadamente.
Riscos para o animal
- Complicações secundárias: lesões abertas ou feridas causadas por coceira intensa podem evoluir para infecções bacterianas.
- Queda acentuada de pelos: em casos mais graves, há perda significativa de pelagem, afetando o bem-estar e a proteção térmica do animal;
- Imunossupressão e agravamento: em gatos com sistema imunológico comprometido (como os portadores do FIV ou FeLV), a dermatofitose pode evoluir mais rapidamente e ser mais difícil de controlar.
Riscos para humanos e outros animais
- Transmissão zoonótica: a dermatofitose é contagiosa para humanos, especialmente crianças, idosos e pessoas imunossuprimidas. As lesões humanas são similares às dos gatos, com coceira, vermelhidão e descamação;
- Contaminação ambiental: ambientes compartilhados com animais infectados podem manter os esporos fúngicos ativos por meses, dificultando o controle da doença e favorecendo novas infecções.
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Tratamento da dermatofitose em gatos
O tratamento da dermatofitose deve ser feito sob orientação veterinária e costuma envolver uma combinação de medidas tópicas, orais e ambientais. O sucesso do tratamento depende da gravidade da infecção, da resposta do animal e da eficácia no controle ambiental.
Opções de tratamento
- Antifúngicos tópicos: shampoos, cremes ou sprays à base de miconazol, enilconazol ou clorexidina são utilizados para limpar e tratar as lesões diretamente;
- Medicação oral: Antifúngicos sistêmicos como itraconazol ou griseofulvina são prescritos nos casos moderados a graves. O tratamento pode durar de 4 a 12 semanas;
- Tosquia sanitária: em gatos de pelo longo, pode ser recomendada a tosquia para facilitar a aplicação dos produtos e remover pelos contaminados;
- Limpeza e desinfecção do ambiente: É essencial remover os esporos do ambiente com aspirador de pó e produtos antifúngicos, como hipoclorito de sódio diluído.
A persistência no tratamento é fundamental, mesmo após o desaparecimento dos sintomas. O veterinário pode solicitar exames de cultura fúngica para confirmar a cura.
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Como evitar a dermatofitose em gatos
A prevenção da dermatofitose envolve medidas de higiene, controle ambiental e cuidados com a saúde do animal. Evitar a infecção é sempre melhor do que tratá-la, especialmente considerando seu alto potencial de contágio.
Dicas de prevenção:
- Evite o contato com animais desconhecidos ou doentes, principalmente se seu gato vive exclusivamente em casa;
- Mantenha a higiene do ambiente: limpe regularmente camas, cobertores, brinquedos e caixas de transporte;
- Implemente a escovação frequente, especialmente em gatos de pelo longo, para manter a pele saudável e identificar lesões precocemente;
- Ofereça uma alimentação balanceada para reforçar a imunidade do seu gato;
- Realize consultas veterinárias regulares, especialmente se houver outros animais no mesmo ambiente;
- Isole o animal infectado durante o tratamento para evitar a propagação para outros pets ou membros da família.
Gatos adotados de abrigos ou resgatados da rua devem passar por uma avaliação veterinária antes de serem introduzidos em ambientes com outros animais.
A dermatofitose em gatos, embora comum, é uma condição que requer atenção e cuidados rigorosos. Reconhecer os sinais iniciais, buscar orientação veterinária e seguir corretamente o tratamento são passos essenciais para garantir a recuperação do animal e a segurança do lar.
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